Cães e Gatos se odeiam?

Não é verdade que cães odeiam gatos ou vice-versa. Também não é verdade que o gato seja uma presa natural do cachorro. Ambas as espécies são predadoras, e é comum que animais de espécies diferentes estranhem-se inicialmente devido à competição por território e alimento. No entanto, esse comportamento pode ser moldado e adaptado de acordo com a convivência e o manejo adequado.

Embora cães e gatos tenham personalidades distintas, eles podem viver harmoniosamente. A convivência entre eles depende, em grande parte, de como foram socializados e educados por seus tutores. Estudos corroboram com o que vemos, muitas vezes, na prática: com introduções cuidadosas e reforços positivos, essas duas espécies podem desenvolver relacionamentos saudáveis e cooperativos.

O mais importante é que tanto o cão quanto o gato aprendam a respeitar regras e limites dentro de casa. Cabe ao tutor ensinar essas regras para promover uma convivência pacífica entre os pets.
Se você está pensando em introduzir um novo animal na família ou em um lar onde já há outro, aqui vão duas dicas úteis para ajudá-los a socializar. Isso também se aplica a lares que já possuem ambos e estão enfrentando problemas de comportamento entre eles.

1 – Apresentação gradual
Quando um novo animal chega em casa, a introdução deve ser feita gradualmente e com muito cuidado. Uma dica eficaz é associar a presença do outro com experiências positivas. Ofereça petiscos, faça carinho e introduza brinquedos sempre que eles estiverem juntos. Dessa forma, ambos associarão a presença do outro com momentos agradáveis.

2 – Não provoque ciúmes, mesmo sem querer!
Um erro comum é interromper o carinho em um animal para dar atenção ao outro quando ele se aproxima. Isso pode causar ciúmes e disputas. Em vez disso, continue a acariciar o primeiro pet, reforçando que a chegada do outro não interrompe a atenção recebida, mas pode até aumentá-la.
Se não sentir segurança em fazer tudo isso sozinho/a, agende uma Consultoria Online para receber orientações específicas ao seu caso.
Referências
- Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier.
- Amat, M., de la Torre, J. L. R., Fatjó, J., Mariotti, V. M., Van Wijk, S., & Manteca, X. (2009). Potential risk factors associated with feline behaviour problems. Applied Animal Behaviour Science, 121(3-4), 134-139.
- Bradshaw, J. W. S., Blackwell, E. J., & Casey, R. A. (2012). The Behaviour of the Domestic Cat. CABI.
- Herron, M. E., & Buffington, C. A. (2010). Environmental enrichment for indoor cats: implementing behavior modification in the home. Journal of Feline Medicine and Surgery, 12(5), 366-372.
- Yin, S. (2009). Low Stress Handling, Restraint and Behavior Modification of Dogs & Cats. CattleDog Publishing.
- Serpell, J. (2017). The Domestic Dog: Its Evolution, Behavior and Interactions with People. Cambridge University Press.
- Mikkelsen, J., & Lund, J. D. (2000). Effects of cat or dog ownership on human’s stress levels. Anthrozoös, 13(3), 123-128.
- Ellis, S. L. H., & Wells, D. L. (2010). The influence of olfactory stimulation on the behaviour of cats housed in a rescue shelter. Applied Animal Behaviour Science, 123(1-2), 56-62.
- Pryor, K. (2009). Reaching the Animal Mind: Clicker Training and What It Teaches Us About All Animals. Scribner.